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maio 22, 2009

Crónicas do Brasil profundo, mandadas pelo Diogo :D

Conversa entre ele e um taxista aqui do fim do mundo:

- Cê fala meio enrolado...Cê é dondi ?
- De Portugal.
- Sei...Isso é lá no Sul, né não? Perto de São Paulo, né?
- Não, meu amigo, Portugal é na Europa (vontade de rir, ou de chorar...)
- Sei...Tô ligado...quando ocê quisé í lá visitá um parenti, cê mi chama que nóis vai bem rápidinho, tá certo?
- Meu amigo, não dá para ir de carro...
- Ocê qui pensa, o meu carro vai em todo o canto!!
- Mas não dá porque tem um oceano no meio.
- E aí? Não tem ponti não?
- Não.
- Qui negócio é esse? Português não sabe fazê ponti não? Português é f*** memo!! Não faz nem ponti! A genti aqui é bom di ponte, tem ponti em tudo quanto é canto. E ponti boa, não é coisa mixuruca não...Eu que não tive oportunidade de estudá senão eu fazia era ponte....Cê ía ver só!
- Não dá porque são 10.000km de distância..
- Mas se tivesse ponti nóis ía!! Esse carrinho aqui é zeradinho...tem 14 anos mas tá zeradinho. A genti saí bem cedinho e no final do dia já tava azarando por lá...
- Só dá para ir de avião.
- É....avião não tenho não...mas eu vou falar com um primo meu, qué é desenrolado prá c*****.
- Deixe estar, não precisa...
- Esquenti não, oçê vai vê...esse cara é f***, desinrola tudo.
(pega no telefone e liga para o primo, enquanto eu me desmancho a rir)
- É eu. Mi diz uma coisa, tô aqui com um português qui só viaja de avião....dá prá tu arrumá um?
- Avião é...sei...sei...
- Dá ou num dá?
- Eu conheço um cara que tem uma lanchinha filha da p***...
- Tô falando é di avião! Qui lanchina porra nenhuma!
- É... eu entendi... deixa eu dá um giro na área qui já já eu ti ligo.
- Tá bom, rápidinho hein?
(desliga e vira-se para mim)
- Cê vai vê, vai dá certinho esse negócio do avião.
(não digo nada)

Passados 15 segundos:
- Comi uma galinha caipira com farinha no almoço..êta coisa boa...tem farinha de mandioca lá em Portugal.
- Não.
- Qui porra de país é esse? Não tem ponti, não tem farinha de mandioca?
- É assim a vida.
- Meio triste esse país né não...? Cê fais o quê, aqui?
- Estou a construir um barco.
- É melhor memo, não tem ponti...
(não digo nada, só me desmancho)
- Mas o certo era outro negócio: o dinheiro que cê tá gastando no barco cê fazia uma ponte, e aí quem quisesse usá tinha qui pagá. Cê ficava rico rápidinho...
(continuo sem conseguir dizer nada com as gargalhadas internas)
- A f*** é que português não pensa do jeitinho brasileiro. Eu acho que é porque não come farinha...

Nesta altura chegámos ao destino, saí do taxi e continuo a rir às gargalhadas. Ainda bem que saí antes do primo do avião ligar de volta... Só no Brasil!!!
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janeiro 17, 2009

Carteira recheada

Começo por dizer que raramente a uso (a carteira, não obrigatoriamente recheada - era bom, era!). Tenho várias, de cabedal, lindas, às cores, boas, caras, baratas, há de tudo (não de marca, credo, que não há tempo nem vagar para isso, já para não dizer que mais depressa compraria uma saco de viagem caro que uma carteira).
Mas uso-a de vez em quando, quando a ocasião o exige, quando as minhas irmãs vão estar presentes (e me chateiam até ao tutano porque "tu isto e mais aquilo e mais não sei o quê" e aaaaargh!), etc.
Acabei de comentar num blog sobre isto. Duas vezes. Na primeira disse a verdade de agora. Na segunda disse a verdade de quando vivia no Brasil. E porque é que isto é motivo para um post? Pelo recheio que usava no Brasil (e aposto o que quiserem que, se fizesse um concurso outra vez, eu ganhava de caras):
- uma lanterna
- pilhas
- uns 4 canivetes
- uma data de dinheiro em notas pequenas
- uma garrafa de água
- umas cuecas lavadas
- um desodorizante
- uma arma carregada

Também mencionei um cão grande e preto, que, apesar de obviamente não caber na carteira, fez mais do que uma vez com que a arma carregada nunca fosse precisa.

setembro 10, 2008

agosto 27, 2008

À laia de despedida

O que a Jubileide me disse hoje na depilação:

"Meu Deus, seu couro é tão fino!"
PS - Ainda vou ter saudades disto.

junho 17, 2008

eh eh eh


Dos cinco medicamentos mais vendidos no Brasil de Janeiro a Março deste ano, dois são para problemas de erecção. Os outros três são analgésicos.

Eh eh eh...

maio 26, 2008

Olá, meu povo

Já sei, estou armada em mete-nojo porque (tenho a mania que) tenho mais que fazer. E tenho. Tenho que fazer planos. Tenho que pensar e organizar (aaaargh!) o meu futuro. O meu futuro próximo, a bem dizer, que o outro - o longínquo - a Deus pertence.

Há caixotes para encher, 24 copos de pé de piquinhos de todas as cores da Marinha Grande para despachar, livros para condenar ao abandono de uma existência sem história (nem consulta!) na escola local - o que eu pagava para ver os nativos a ler Catherine Millet! -, outros para embalar, algumas (poucas) roupas, alguns (muitos) chinelos, mais ou menos 3 milhões de fotografias, 3 máquinas fotográficas (a boa já descansa em Portugal a esta hora), quadros que ainda têm de ser desarmados, cadernos de todas as cores e feitios cheios de rabiscos... e pouco mais.

E um jardim verde-verde-verde. E uma mesa que pesa mais de 200 kg e que vai ter de ficar, o que me parte o coração...

abril 30, 2008

Cheguei!

Desculpem-me a ausência, mas tenho andado ocupadíssima.

Para resumir, está tudo verde-verde-verde. O meu flamboyant está enorme, o Batata pesa mais 20 kg e tem mais meio palmo de altura, o jardim está uma selva, o Vasco está esquelético porque desaparece três dias seguidos e depois chega a casa e só come e dorme outros três, o Xuruca continua na mesma, bem-educado e obediente, a Maria está mais magra e com uma otite, os coqueiros e as almendras estão enormes e a mangueira está linda. Enfim, a vida seguiu mansa enquanto eu cá não estive.

A Paizinha quase chorou quando me viu: achava que eu já não voltava, apesar de o Diogo lhe jurar o contrário todos os dias. Trouxe-lhe de presente uma carteira prateada e umas sandálias de salto alto a condizer, grande moda na “órópa”, um perfume francês e roupa da Zara, marca “chique” que ela conhece das revistas e do meu armário. Adorou tudo. Está muito mais animada, fala pelos cotovelos e já recomeçou com as cantorias enquanto limpa as casas de banho.

E o meu Cachucho está lindo e querido como sempre. Tem mais uns brancos na barba e está mais magrinho, mas o sorriso e os olhões verdes continuam os mesmos. Deu-me um abraço de partir costelas quando saí do avião (entre outras coisas - eh eh eh).

Parece que eu trouxe o Sol. À parte a “pequena” tempestade tropical de ontem, que fez com que a casa ficasse ilhada outra vez e, à moda de Astérix, parecesse que o céu nos ia cair em cima da cabeça, a Natureza deu-me as boas-vindas. Ontem de manhã, enquanto passeava com o Xuruca pelos viveiros, no espaço de meia hora em que o sol saiu de trás das nuvens, assisti ao levantar voo simultâneo de milhares de borboletas amarelas, à passagem barulhenta de um enorme bando de catatuas verdes e à visita surpresa de um macaco-prego empoleirado no meu alpendre.
Cheguei ao Brasil pela última vez. Parece que agora o vejo com outros olhos.

abril 16, 2008

De volta pro meu aconchego


A única música de forró que eu gosto. E aplica-se tão bem a hoje. Ou, mais concretamente, a depois de amanhã, quando embarcarei para o Brasil de volta pro meu aconchego...


Estou
De volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade.

Que bom
Poder 'tar contigo de novo
Roçando o teu corpo e beijando você.
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter.

É duro
Ficar sem você de vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim.
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim.

Pipa, RN






Jamiroquai faz-me lembrar Pipa, da primeira vez que lá fui. A praia mais bonita do mundo.

dezembro 05, 2007

Luxo é...















... ter uma marca branca permanente em forma de "v" no peito do pé.

novembro 29, 2007

O país do Carnaval (1)

Ela devia ser débil mental: nem se queixou. - comentário feito aos jornalistas da Globo por Celso Viana, chefe de uma delegacia de Belém, Pará, onde uma menina de 15 anos foi presa por alegadamente roubar um telemóvel (roubo de que não houve queixa) numa cela com 20 (vinte!) homens.

Passados uns dias de lá estar e de ser violada, em média, 6 vezes por dia, os presos tiraram-lhe a comida. Dois dias depois, previsivelmente, deixou de resistir às investidas sexuais. Passados mais uns dias, foi apresentada a uma juiza (eu disse uma juiza) do tribunal normal (de adultos), que a recambiou para a mesma cela.

Só ao fim de 24 dias de tortura, e por causa de uma denúncia anónima feita para a Delegacia da Mulher, um juiz foi alertado para a situação. Quando se deslocou à dita delegacia, a menina tinha desaparecido, presumivelmente fugida, segundo as palavras do tal delegado. Foi descoberta nesse mesmo dia às margens do rio, apavorada, onde tinha sido deixada pelo delegado e seus capangas, com ordens para desaparecer da cidade no primeiro barco que passasse e não voltar, ou morreria.

A menina e os seus pais, entretanto ameaçados de morte e obrigados a mentir sobre a sua idade e a jurar que ela tinha 20 anos, estão neste momento a salvo através do Programa de Protecção a Testemunhas (federal). O delegado e os seus capangas estão soltos, provavelmente a beber uma cachaça num bar qualquer nos confins do Pará.

Comentário a um jornalista de Ana Júlia Carepa, governadora do Pará e PT (partido do Lula), no dia da denúncia: Não interessa se ela tem 15, 30 ou 100 anos. É um crime bárbaro., após o que se apressou a emitir um novo decreto contra a prisão de mulheres em celas de homens. Não era preciso, bastava que ela fizesse cumprir a lei federal que já existe. E interessa, minha senhora: tanto é crime prender mulheres em celas com homens como menores. Portanto, são dois crimes bárbaros e não um.

Na mesma noite, a governadora foi fotografada a dançar animadamente numa festa privada.

Fonte: Globo News e Veja
Fotos: Google (não está relacionada)

novembro 19, 2007

A infindável sabedoria do povo brasileiro


Quem náceu prá lagartixa num chega a jacaré.

novembro 08, 2007

Leonardo da Vinci, em Jeri

O ristorante/pizzeria Leonardo da Vinci, em Jericoacoara, do meu amigo italiano Roberto, é, sem sombra de dúvida, o melhor restaurante que eu conheço.

Num dos muitos fins-de-semana alargados que passámos em Jeri, jantámos, como quase sempre, no Roberto. Para entrada, eu pedi um carpaccio de peixe (fatias finíssimas de robalo marinado em mel, limão e pimenta preta, numa cama de rúcula – uma delícia!) e o Diogo e a Rita pediram uns camarões a guazetto (salteados em azeite de alho e salsa e flambeados com cognac), uma receita que o Roberto, toscano de origem, aprendeu com a mãe.

O Roberto, que é um chef de mão cheia (aprendeu com os pais, donos de restaurantes, tirou o curso em Roma, estagiou em Paris e esteve três anos no Japão a fazer uma especialização em sushi), teve um restaurante em São Paulo por 12 anos e decidiu mudar de vida quando, farto de ser assaltado (a média eram duas vezes por mês...) descobriu Jericoacoara numas férias. Mudou-se de armas e bagagens para lá, abriu o restaurante e agora passa os dias a fazer kite surf e a cozinhar. Como também não se dá muito bem com brasileiros, a não ser que sejam paulistas, entendemo-nos lindamente desde o princípio.

Nesse dia, fomos para a cozinha com ele aprender a fazer os tais camarões a guazetto, enquanto ele abria garrafas consecutivas de vinho italiano para nós provarmos, diferentes embalagens de queijos e enchidos e saquinhos minúsculos de açafrão verdadeiro, daquele que custa uma fortuna, para nos mostrar – enquanto eu pensava em quanto ia ser a conta. Mas os pais dele vêem ao Brasil vê-lo duas vezes por ano e trazem-lhe malas a abarrotar de ingredientes de primeira, como azeite, vinho, condimentos, queijos, enchidos – tudo de graça, claro, ou, segundo ele, não seria possível ele ter pratos de categoria a preços tão baixos. Nessa noite ele fechou o restaurante e ficámos lá dentro a conversar e a beber vinhos até às tantas, e como não nos deixou pagar nada, claro que tivemos de lhe mandar mais tarde uma caixa de 40 kg de camarão...

outubro 25, 2007

A mitologia da bandidagem

Abaixo a mitologia da bandidagem é o título de uma reportagem da Veja desta semana sobre Tropa de Elite, o filme que está a dividir opiniões no Brasil. O filme, onde não faltam cenas chocantes, não rompe só com a tradição nacional de narrar a história do ponto de vista do bandido: rompe com a visão pia e romantizada do criminoso, segundo a mesma reportagem.

Na tradição iniciada com a adoração popular a Severino Lampião, o cangaceiro nordestino do início do século passado (e com muita pena minha, muito graças a Jorge Amado, que o transformou numa espécie de Robin Hood, quando a história não confirma de todo essa versão), e coroada com o ex-presidente Collor de Melo, que na década de 90 sacou 170 milhões de reais directamente das contas dos brasileiros e poucos anos depois foi eleito governador do estado de Alagoas, o povo brasileiro tem uma admiração nítida pelo bandido, conotando-o com um ideal de pureza e incorformismo perante uma sociedade podre, ao mesmo tempo que fomenta uma repulsa pela lei, considerando-a uma faca de dois gumes que serve apenas para aplicar aos pobres, mas que passa ao largo de polícias, políticos e empresários corruptos (vulgo ricos).

E exemplos não faltam: a mãe de 25 anos, pobre e moradora de favela, que atirou o filho recém-nascido ao rio depois de duas tentativas caseiras de aborto, foi julgada, condenada e presa. Nada mais justo. Mas todos os os brasileiros sem excepção apostariam o seu salário de um ano inteirinho em como Renan Calheiros, presidente do Senado, que está acusado de nada menos que cinco crimes, que vão desde o suborno à corrupção activa, passando pela fuga aos impostos e a espionagem aos próprios colegas com o objectivo de chantagem, não será preso. Claro.

Num país onde qualquer remediado com voz mais grossa é tratado por dôtô (há umas décadas era coroné...), o povo odeia os ricos, ao mesmo tempo que tudo o que deseja é vir a ser um deles. Não à custa de trabalho (credo!, tudo menos isso), claro, mas à custa da mega-sena (o nosso totoloto) ou – melhor, porque traz o bónus do reconhecimento social, o tal título de dôtô – à custa da carreira política. Sim, porque não passa nem sequer remotamente pela cabeça de um brasileiro que a carreira política possa ser motivada pelo desejo altruísta de fazer alguma coisa pela sua comunidade ou pelo seu país! Não, é apenas uma maneira – mais trabalhosa, mas infinitamente mais fácil do que dar o litro à boa maneira tuga, de enricar.

outubro 23, 2007

Sábias palavras


“A educação brasileira, hoje em dia, só se distingue do crime organizado porque o crime é, efectivamente, organizado.”

- Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro.

Caldeirada de lulas


“É preciso parar de achar que contratar gente para trabalhar para o Estado é inchaço de máquina.”

– Lula, o George W. Bush brasileiro, que nos últimos 5 anos aumentou em quase 20% o número de funcionários públicos no país e já disse que não vai parar por aqui. Não admira que lhe chamem papai Lula.

outubro 18, 2007

Casa à venda


fotografia: alex uchoa

Como este belogue é, também, uma casa de amigos (e os amigos, virtuais ou não, são a coisa mai linda do mundo!), aqui se publica um anúncio de um amigo meu. Pede-se a todos que divulguem a possíveis interessados. Obrigada!

Vende-se uma casa em Natal (RN), Brasil

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junho 08, 2007

Cheguei ao Brasil


Na passada terça-feira, dia 5, voltei ao Brasil. Voltei à minha casa, deveria eu dizer, mas este país trata-me como se eu fosse sua enteada e por isso nunca me sentirei sua filha. Sinto-me uma ocupante temporária (e bastante contrariada...) neste território, que, apesar de lindo de morrer - há aqui paisagens absolutamente únicas -, não me consola do facto de eu não ter o meu campo ribatejano cheio de searas de trigo douradas, papoilas e giestas do lado de fora da janela.

Claro que a minha casa brasileira é território português. A atestá-lo tenho uma bandeira portuguesa de 1,5 metro pendurada no tecto no meio da sala... Não façam confusão: eu adoro a minha casa brasileira. Vivo numa fazenda aquícola (criamos peixe e camarão) de quase 100 hectares, tenho uma casa de 400 m2 com um alpendre brutal e um jardim maior ainda. Tenho os meus queridos e adorados animais de estimação, o Xuruca, um pastor alemão de 5 anos, o Batata, um rottweiler de 10 meses, a Maria, uma rafeira de 10 anos "importada" de Portugal, e o Vasco, um gato vadio de 10 meses. Por acaso agora tem sido um inferno, porque o Batata e o Xuruca brigam por liderança e têm que ser mantidos separados e presos a maior parte do tempo. E, obviamente, o amor da minha vida (que trato sempre por Cachucho), que está aqui comigo. E, usando o maior clichet de todos os tempos (e os clichets são sempre verdades absolutas), home is where the heart is. Às vezes...

À chegada - literalmente! E acreditem-me: eu vinha cheia de boas intenções! - tive logo uma daquelas cenas que me fazem cair na realidade do que é viver no Brasil. No aeroporto de Fortaleza (pasmem!: é internacional e recebe largos milhares de turistas por ano!) nunca ninguém ouviu falar de Tax Free. Quando cheguei com a factura, devidamente preenchida na Vóbis do Colombo, de um novo laptop, perguntei, com o meu ingabrasilês (sim, apesar do meu inglês impecável, passe a "imodéstia", aqui tem que se falar de modo que eles percebam: até o "português de Portugal" tem que ser abrasileirado!) onde era o balcão do Tax Free, e responderam-me imediatamente que ali mesmo à saída da porta havia dois balcões de táxis "dji confiança" (!!!!). Ai, ai...

Como é que eu não me habituo a isto? Estou aqui há 6 anos! Porque não é humanamente possível uma pessoa "dita normal" habituar-se a viver no meio de gente estúpida e desonesta por ambição (o máximo, aqui, é ser ladrão; o honesto é otário...). Perdoem-me os milhares (really?) de brasileiros cultos, letrados, inteligentes, etc., que provavelmente existem por esse mundo fora (sim!, porque eu não acredito que ainda estejam a viver no Brasil!), mas não acredito que uma pessoa, mesmo brasileira - o que à partida, pressupôe alguns handicaps... - e com os "ditos" no sítio, consiga, de um modo coerente, dizer que este país é fantástico. E isso lembra-me de um antigo chefe meu, que tinha como máxima - brilhante, por sinal - "Há que ser coerente. Até na asneira". Não. Eles não atingem tanto.

Enfim, eis a crónica, a pedido de várias famílias, da minha "rechegada" a estas terras de Vera Cruz. Foi o possível. E muuuuuito bem-educada, por sinal. Don't get me wrong..., este é um país fantástico para passar férias, mas esperimentem trabalhar - ou, pior!, fazer trabalhar - aqui e depois conversamos...

Passem bem.