
O Lula enlouqueceu de vez: imaginem que escolheu a floresta amazónica como área prioritária para assentar mais de 200 mil famílias que terão licença para desmatar 20% do lote que lhes será atribuído!
Eis a reforma agrária feita sem preocupação ambiental ou práticas sustentáveis. Este processo gera a devastação dos recursos florestais (já é responsável por 15% do desmatamento total na região) e beneficia apenas as madeireiras ilegais, que passam a ter acesso a madeira comprada legalmente. Os colonos, que deveriam ser os grandes beneficiados deste processo, voltam a viver dos subsídios do governo assim que esgotam o seu lote, o que acontece em média ao fim de dois anos.
O objectivo dos assentamentos é deslocar famílias que vivem abaixo da linha de miséria na periferia das grandes cidades para áreas cultiváveis e fornecer-lhes, assim, um modo de vida autosustentável. Até ao fim de 2006, os assentamentos ocupavam já 36 milhões de hectares, que correspondem a 8% da Amazónia. O motivo de ser na Amazónia? 33% das terras pertencem ao governo, o que dispensa a indemnização que teria que ser paga a outros donos, o que por sua vez diminui o custo da reforma agrária e gera bons índices sociais.
A idéia originalmente era boa. Mas o que não faz funcionar estes assentamentos? Só 30% deles receberam investimento em infraestrutura (estradas, escolas, hospitais), portanto o resto das 400 mil famílias já assentadas vivem abandonadas na mata. Devido à falta de orientação e acompanhamento técnico, recorrem aos créditos bonificados para a criação de gado leiteiro, que induz ao desmatamento, em vez da extracção de castanha ou açaí, que preserva a floresta. Como os assentamentos estão localizados por vezes a centenas de kilómetros das grandes cidades e não foi previsto o escoamento das mercadorias para esses mercados, não se promove a agricultura familiar de pequena escala, os colonos não têm como vender os seus produtos e por isso recorrem ao mercado que tem à mão: as madeireiras e as carvoarias.
É assim a política ambiental deste governo.
Fonte: Época