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maio 20, 2009

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Está bem melhor assim.

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maio 10, 2009

Sabe tão bem.

Tornei-me revivalista à força. Também me tornei nostálgica, patriotico-fanática e sentimentalona, mas isso agora não tem nada a ver, como diria a outra. Ou tem. Por acaso até tem. Digo isto porque nunca fui nada que se parecesse, nem remotamente (a idade a distância fazem coisas estranhas às pessoas...), e achava uma pieguice monumental sê-lo até há bem pouco tempo.

Este fim-de-semana estou sozinha, o Diogo viajou para o Brasil por umas semanas (buáaaaa!). E, por circunstâncias nada agradáveis, diga-se de passagem, a Isabel, minha amiga de infância, terá de passar os próximos fins-de-semana aqui na Parvónia. Vai daí, proporcionou-se ontem uma tarde daquelas. Veio ela e o irmão mais novo, que até há uns anos era invisível (amigo do meu irmão mais novo e portanto puto, não sei sei se estão a ver?...) O puto R. é hoje em dia um advogado de primeiríssima linha, está muito bem casado e com filhos (liiiiindos!), com interesse, com conversa e mais: tem uma memória inesgotável para histórias antigas das nossas duas famílias. 

Eu, que perdi o meu Pai quando tinha 21 anos - e ele esteve doente e muito diminuído por um enfarte (aos 50 e poucos!) nos últimos dez anos de vida - adoro ouvir o R. contar as histórias que ouve do Pai dele (eram grandes amigos), que me dão a conhecer uma faceta profissional do meu Pai de que eu não tinha a mais leve noção.

Por ele (shame on my sisters!), fiquei a saber que o meu Pai introduziu a suinicultura intensiva em Portugal (os pavilhões do meu Pai foram os primeiros do país - e ainda existem), que era uma sumidade e dava ordens ao país inteiro na matéria, e que dava consultoria para toda a Europa - eu, que achava que ele era veterinário e agricultor... - e que só não foi administrador da maior fábrica de rações do país porque teve um enfarte entretanto, e os cabrões dos americanos aproveitaram-se desse facto.

Também soube que a minha Mãe - além de directora de um hospital e delegada de saúde por décadas a fio - quando veio para cá, há mais de cinquenta anos, fez um trabalho importantíssimo de cariz não só médico como social (sem ganhar mais por isso - típico dela...). Este concelho (que é enorme, diga-se de passagem) deve-lhe a erradicação total de algumas doenças epidémicas graves, a informação porta-a-porta (literalmente!, disso lembro-me, acompanhei-a muitas vezes em miúda) sobre cuidados de higiene básica, desinfecção de alimentos e coisas assim. Coisas que hoje em dia toda a gente sabe, mas que naquela altura não era bem assim.

Ainda vou escrever muito sobre o que era a Parvónia há quarenta anos...
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fevereiro 03, 2009

Ainda sobre ontem, 2 de Fevereiro

Disse-me o Paulo que foi dia de Nossa Senhora das Candeias, ou dos Navegantes...

... da Vírgen de la Candelaria, no México,

... e de Iemanjá, no Brasil, principalmente na Bahia:





Que me perdoem, mas sou fascinada por Iemanjá, ou não fosse ela a Rainha do Mar e a padroeira dos Náufragos. É bonita, vaidosa, gosta de espelhos, jóias, pentes para pentear os seus cabelos compridos, de flores brancas e de presentes, principalmente se forem azuis ou cor de prata, as suas cores preferidas. É uma sedutora, gosta de atrair marinheiros bonitos para o fundo do mar. Tem mau-feitio, é caprichosa e gosta de ser mimada e adulada. E é gulosa, gosta de peixes de água salgada, manjar branco, mel e bolos de arroz. É tão humana, no fundo.

Mais aqui, mas não me responsabilizo pela veracidade das informações.
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fevereiro 02, 2009

Se fosse viva...


a minha Mãe faria anos hoje.

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novembro 19, 2008

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O Funzinho morreu esta manhã.

novembro 18, 2008

E agora vai: Isto não era um pet-blog, mas agora é

Valha-me Deus: "o" Funzinho (já falei sobre ela, a Fum, a minha irmã mais nova, a boxer tigrada da minha Mãe que agora é da minha irmã C.), foi internada hoje com uma pancreatite. Pôrra, para além de ter p'raí 12 anos, é cega e surda há pelo menos 2 e cardíaca. Já não chegava, não? Vai lá ficar pelo menos 3 dias (Deus queira que aguente tanto).


Teresa, arranja-se mais uma vela?...
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maio 26, 2008

Aniversários

Este blogue fez um ano no passado dia 11. Não me lembrei. Ou melhor, lembrei-me antes de acontecer e depois de ter acontecido. O nosso cérebro tem destas coisas.

Tive mais um aniversário para celebrar este mês. E, na minha cabeça, estes dois factos - um bom, outro péssimo - estarão sempre ligados. Do aniversário do dia 20 não consegui não me lembrar. E bem tentei.

Não gosto de Maio.

janeiro 25, 2008

Associações de ideias que eu vou fazer pelo resto da vida

O Eusébio faz hoje 66 anos. É importante (para ele) porque teve um ataque cardíaco (ou coisa que o valha) o ano passado. E isto só me lembra que, quando teve o tal ataque cardíaco, ele estava no quarto ao lado da minha Mãe, no Hospital da Luz, acabadinho de abrir, se bem se lembram.
Todos os dias, quando eu chegava a 200 à hora por ali adentro, havia sempre um negão enorme, com cara de secreta, que me barrava a passagem e me perguntava (todos os dias...) Quem é você?, ao que eu respondia (óbvio!) E o que é que o senhor tem com isso? (sempre muito educadinha...). E lá me deixavam passar, sim!, que eu ameaçava sempre fazer queixa à direcção do hospital. Todos os dias!!!

Andámos nisto, eu e a minha família inteira - já para não falar da finta aos jornalistas (foi na mesmíssima altura que o ... Vieira, presidente do Benfica, lá esteve também internado), que nos tentavam entrevistar de 5 em 5 minutos, até perceberem que nós não tínhamos nada a ver... - aí umas 2 semanas bem puxadas. Aliás (se não fosse a situação que era, até teria piada), porque houve uns dias em que estava o Eusébio, o não-sei-quantos Vieira, a minha Mãe, e duas (duas!) Tias minhas, tudo ao mesmo tempo num hospital acabado de abrir e deserto.

E tudo isto a propósito de o Eusébio ter feito 66 anos!

novembro 20, 2007

Lonjura

Por mais acompanhado que se esteja, há momentos em que nada nem ninguém consegue galgar a muralha que construímos à volta. De vez em quando, ergo inconscientemente essa muralha, o que faz com que o Diogo me estranhe, e se preocupe. Ele prefere ver-me aos gritos e palavrões do que muito calada, porque habitualmente consegue identificar a causa dos gritos; já a minha quietude, nada habitual, deixa-o nervoso. Fico assim por uma série de razões, não necessariamente negativas.

Mas, na maior parte dos casos, realmente quietude não tem nada a ver com alegria, e eu não sou excepção. Posso estar saudosista, mergulhada em recordações (umas boas, outras más), posso estar preocupada com alguma coisa que ainda não aconteceu, e posso simplesmente não estar cá. É neste caso que fico mais quieta, mais surda a estímulos. Até a bicharada sente que não estou ali, e desatam todos ao mesmo tempo a dar-me marradinhas ou a lamber-me os pés.

O mais engraçado num relacionamento, seja ele qual fôr, é que mesmo quando acham que nos conhecem muito bem e que sabem perfeitamente o que nos passa pela cabeça, só nós, e mais ninguém, é que o sabemos. Se por um lado o isolamento é pesado, também pode ser de longe a melhor das liberdades individuais.

Yesterday, porque parece escrito para hoje. E porque a minha Mãe gostava.
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julho 03, 2007

Jeito para palavras e não só


A queda para as palavras vem da família do meu pai. A queda para o desenho vem do lado da minha mãe, mais concretamente da minha tia Lourdes.

A minha mãe, desenhada por ela. Formada em Belas Artes, desenhou a minha mãe em 1945, quando esta teria vinte e poucos anos, ainda solteira (casou-se com 30), mas já formada em Medicina. A minha tia tirou 19 como média final de curso e manteve-se no quadro de honra da Faculdade de Belas Artes de Lisboa por décadas.

Hoje, seria famosa (e cara!), se toda a sua obra, fruto dos anos em que viajou por esse mundo fora a acompanhar o marido, juiz e funcionário público com cargos em Timor, Singapura, Goa e outros lugares remotos, encaixotada e pronta para ser exibida em Lisboa à chegada, não se tivesse perdido numa viagem transatlântica em que o porão do navio inundou, ao voltar definitivamente a Portugal. Nunca mais pintou.

maio 24, 2007

Stop all the Clocks

Ora cá estamos. Eu, a máquina infernal da minha (outra) irmã e um belo de um Grant's on the rocks, os três juntinhos à janela com vista para o campo, a ver se sai alguma coisa de jeito. Sim, porque isto de ter uma irmã publicada e um pai que escreveu a letra do fado (o Cavalo Russo) mais conhecido do planeta é um "bocadito" inibidor. Mas isso agora não interessa nada, como diria a tal personagem de televisão de há uns anos.

A minha Mãe morreu há quatro dias e foi como se me faltasse o chão. Estou ferozmente a tentar habituar-me à ideia de que nunca mais a vejo, de que não está se eu precisar dela, como sempre esteve. E a tarefa parece-me completamente impossível.

Ainda me parece absurdo que o sol tenha nascido nestas 5 manhãs, que os pássaros continuem a cantar como se não fosse nada com eles, que as flores e as árvores (principalmente as do páteo, a maioria plantada por ela) não tivessem murchado, que à Fum, a sua boxer de 11 anos (tão amada que era como se fosse a minha "irmã" mais nova), não lhe tenha dado um badagaio, apesar das ameaças... enfim, que o planeta continue a existir tão paulatinamente.

Como é que é possível?

Consolam-me as palavras de Auden (mesmo correndo o risco de transparecer a minha cultura de almanaque, ou, como se diz hoje em dia, da TV Guia), do poema Funeral Blues, que todos conhecem. Perdoem-me os puristas, mas vou trocar os he pelos she:


Stop all the clocks, cut off the telephone,
prevent the dog from barking with a juicy bone.
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let airplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message She is Dead;
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
She was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.
The stars are not wanted now: put out everyone,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.
Mãezinha, até sempre. Havemos de nos encontrar, no Céu (duvido, a não ser que continue a rezar por mim, como sempre fez) nos meus pensamentos com certeza...
... ou, quem sabe, neste blog, que isto das tecnologias tem que se lhe diga mas ela não era nada avessa a elas. Tivesse vivido mais uns anitos e macacos me mordam se não haveria de ter um blog!

maio 11, 2007

O que me vai na alma


As rosas são as flores preferidas da minha Mãe. E é específicamente sobre ela que eu não quero escrever, porque deveria ter um quilómetro de palavras para dizer e porque aquilo que me sai, na minha opinião, não faz, nem remotamente, justiça à pessoa que ela é e será sempre, na memória de todos os que a conhecem. Talvez mais tarde.