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abril 15, 2009

Brrrrr!




Fotografia tirada hoje de manhã.

Nitidamente, ainda não estou aclimatada. Durante nove anos não soube o que eram variações de temperaturas de mais de 2 graus, e sempre entre os 29º e os 33º. Hoje choveu a cântaros, fez um sol radioso e até caiu granizo. Solução: acender a lareira depois de almoço.

Posted by Picasa

janeiro 30, 2008

Três tristes tigres

Às seis da manhã de hoje, um casal de tigres (eram dois, mas o título riu-se para mim) do Circo Chen soltou-se da jaula do camião onde eram transportados e esconderam-se aqui, na Azambuja, mesmo à entrada da vila e a escassos metros das primeiras casas.
Eu não tinha carro, por isso não fui vê-los; sou valente, mas não exageremos - não me apetecia muito ter um encontro imediato a pé com um tigre, ainda por cima ferido...

Mas tinha dado dinheiro (se o tivesse) para ver a cara de algumas paysannes daqui quando, ainda de roupão, rolos na cabeça e pantufas, saíram paulatinamente de casa para ver como estava o dia (e cuscar a vizinhança, que é o desporto local...) e deram de cara com um aparato digno de oliúde com tigres, televisões, jornalistas, GNR e até a Polícia Judiciária, que até já dizem que o Gang dos Quatro (os terroristas locais) os soltaram de propósito!

Nesta terra acontece de tudo. Que o diga a minha prima Micas, aka Mariav, que descobriu há pouco tempo que debaixo da soleira da porta da sua casa dormia um esqueleto, muito direitinho, mãozinha traçada, e mais uns quantos espalhados pelo passeio mesmo em frente. Ainda lá estão, que isto de encomendar uma investigação ao IEAQNSSQS (Instituto dos Esqueletos Antigos Que Não Se Sabe Quem São) dava pano para mangas. Olhem, ela que explique!

dezembro 19, 2007

Pois

Hoje está menos frio. Desatou a chover a sério, pelo menos em Sintra, onde passei o dia (e lá foram não sei quantos euros do cabeleireiro para o galheiro...). Ainda ninguém (leia-se a Ana) me trouxe um travesseiro, mas paciência. Hoje vou jantar ao Bairro Alto com a Kika (a minha padeirinha de Aljubarrota) e amanhã vai haver mais uma jantarada com outra amiga, a FL, desta vez em minha casa.

PS - Eu sei que isto não interessa nem ao Menino Jesus, mas estou completamente sem imaginação para escrever.

dezembro 06, 2007

O primeiro dilúvio


Ontem choveu a cântaros e a cidade, para variar, ficou três horas às escuras. Começou o dilúvio. Dizem-me que apanhou toda a gente de surpresa. Que só era para chegar lá para Janeiro. Mas o céu abriu-se de repente e vrrruuummmm. Até parece que a chuva vinha com pressa de lavar a porcaria das ruas, o lixo das margens do rio, os telhados das casas, o pó permanentemente enfiado em cada buraco e o salitre dos postes de electricidade, os primeiros a perder a batalha. Aqui diz-se que basta mijar no pé do poste que já falta a luz...

Raio de cidade esta, onde não pode fazer sol, porque não há uma árvore plantada para dar sombra, nem chuva, porque não há uma sargeta.

dezembro 04, 2007

O mamarracho

Janto, como é habitual, no Rio’s, o restaurante mais bonito da cidade, um casarão colonial com paredes de pedra e cheio de portas-janelas, com um alpendre enorme à beira do rio. E continuo pasmada, também como já é habitual, a olhar para o mamarracho de cimento, a escassos metros de mim, a ponte que atravessa o rio Parnaíba mesmo no meio do bairro mais bonito da cidade.

O Porto das Barcas foi o bairro que deu origem à cidade de Parnaíba. Tem uma centena de casarões antigos, a maioria em ruínas, claro, mas uns poucos aguentaram-se de pé e foram ocupados por restaurantes, bares, lojas de artesanato e agências de turismo. E não acharam nada melhor do que pespegar mesmo no meio deles uma horrorosa ponte de cimento.

A ponte foi mandada construir há 30 anos pelo mais ilustre filho da terra, Alberto Silva, na altura prefeito e agora senador da república, que, com pompa e circustância, a “ofereceu” à cidade (à custa do erário público, obviamente), justificando-se com o perigo da travessia que tinha de ser feita de canoa da cidade para a ilha em frente (o rio tem 50 metros de largura e quase nenhuma corrente).

Claro que, no meio da festa de arromba que também "ofereceu" ao povo, a quem encheu o bucho de cerveja e cachaça à borla, ninguém se lembrou que quase metade da ilha era dele, assim como a fábrica de tijolos onde a ponte muito convenientemente desemboca, pelo que, além de ter visto as suas terras valorizarem-se da noite para o dia, ainda reduziu o transporte da sua mercadoria para todo o estado.

outubro 31, 2007

Horário de inverno

Já chegou o horário de inverno ao Brasil. Em todo o país menos em Parnaíba e no meu povoado. Tudo porque algum idiota daqui (o Piauí é o estado mais idiota de todos) decidiu que o horário de inverno é coisa de paulista metido a besta qui num tem mai nada prá fazê e só faz é compricá a vida da gente, e conseguiu meter na cabeça dos outros todos que não é preciso mudarem a vida e os relógios. Portanto, foram todos atrás dele e agora vê-se a novela das 6 às 7, as lojas abrem às 7 da manhã e as horas da televisão estão erradas. E eu, claro, nunca sei a quantas ando.

Por acaso, não fôra a idiotice dos argumentos, até lhes dava uma certa razão. A história de mudar a hora, principalmente para a de inverno, é embirrante. Mudar a vida de uma hora para a outra dá-me cabo do metabolismo e estraga-me o prazer de ver o telejornal assim que me levanto, de caneca de café em punho, e de almoçar exactamente à hora do Friends.

outubro 25, 2007

A mitologia da bandidagem

Abaixo a mitologia da bandidagem é o título de uma reportagem da Veja desta semana sobre Tropa de Elite, o filme que está a dividir opiniões no Brasil. O filme, onde não faltam cenas chocantes, não rompe só com a tradição nacional de narrar a história do ponto de vista do bandido: rompe com a visão pia e romantizada do criminoso, segundo a mesma reportagem.

Na tradição iniciada com a adoração popular a Severino Lampião, o cangaceiro nordestino do início do século passado (e com muita pena minha, muito graças a Jorge Amado, que o transformou numa espécie de Robin Hood, quando a história não confirma de todo essa versão), e coroada com o ex-presidente Collor de Melo, que na década de 90 sacou 170 milhões de reais directamente das contas dos brasileiros e poucos anos depois foi eleito governador do estado de Alagoas, o povo brasileiro tem uma admiração nítida pelo bandido, conotando-o com um ideal de pureza e incorformismo perante uma sociedade podre, ao mesmo tempo que fomenta uma repulsa pela lei, considerando-a uma faca de dois gumes que serve apenas para aplicar aos pobres, mas que passa ao largo de polícias, políticos e empresários corruptos (vulgo ricos).

E exemplos não faltam: a mãe de 25 anos, pobre e moradora de favela, que atirou o filho recém-nascido ao rio depois de duas tentativas caseiras de aborto, foi julgada, condenada e presa. Nada mais justo. Mas todos os os brasileiros sem excepção apostariam o seu salário de um ano inteirinho em como Renan Calheiros, presidente do Senado, que está acusado de nada menos que cinco crimes, que vão desde o suborno à corrupção activa, passando pela fuga aos impostos e a espionagem aos próprios colegas com o objectivo de chantagem, não será preso. Claro.

Num país onde qualquer remediado com voz mais grossa é tratado por dôtô (há umas décadas era coroné...), o povo odeia os ricos, ao mesmo tempo que tudo o que deseja é vir a ser um deles. Não à custa de trabalho (credo!, tudo menos isso), claro, mas à custa da mega-sena (o nosso totoloto) ou – melhor, porque traz o bónus do reconhecimento social, o tal título de dôtô – à custa da carreira política. Sim, porque não passa nem sequer remotamente pela cabeça de um brasileiro que a carreira política possa ser motivada pelo desejo altruísta de fazer alguma coisa pela sua comunidade ou pelo seu país! Não, é apenas uma maneira – mais trabalhosa, mas infinitamente mais fácil do que dar o litro à boa maneira tuga, de enricar.

agosto 13, 2007

Lobistas à brasileira

Genival Inácio da Silva – mais conhecido por Vává –, de 66 anos, ex-metalúrgico e funcionário público reformado, é o mais alegre e expansivo dos seis irmãos do presidente Lula. Há cerca de dois meses, Vává foi indiciado pela Polícia Federal com a acusação de “tráfico de influência no Executivo e de exploração de prestígio no Judiciário”, actuando em favor de um grupo que explorava ilegalmente máquinas caça-níqueis, contrabandeava componentes electrónicos contrafeitos e pagava subornos a polícias.

De acordo com a Polícia Federal, Vává, apanhado em flagrante em várias conversas telefónicas, pedia de 2.000 a 5.000 reais (de 800 a 2.000 euros) para abrir portas de gabinetes em Brasília, tentando facilitar o andamento de processos e agendar reuniões com parlamentares. Aliás, ele não gosta de perder tempo: nem dois meses depois de Lula ter sido eleito pela primeira vez, Vává tinha aberto uma empresa de “acessoria comercial”.

Mas poucas vezes teve sucesso. Segundo os federais, Vává prometia muito mais do que podia fazer e vendia o acesso a autoridades que não tinha, sem deixar de se cobrar por causa disso. Numa dessas visitas, um empresário começou a reclamar “O que a gente combinou é que eu ia ver o Lula!”, em voz suficientemente alta para ser ouvido nos corredores do palácio. A cena constrangedora durou até um acessor informar que o presidente talvez pudesse receber o empresário “noutra ocasião”. A coisa acalmou, mas o mal já estava feito: a cena foi gravada por um jornalista e foi parar à televisão. E Vává está preso.

E o mal parece ser de família: meses antes, Frei Chico, o outro irmão de Lula, tentara fazer o mesmo, visitando ministérios acompanhado de vários empresários.


(Fonte: Época)

julho 17, 2007

Isto tá-se a compor!


Estamos numa fase fantástica!

Vamos começar a despescar (vulgo tirar o peixe e o camarão dos viveiros) na quinta-feira, o que quer dizer que vou ter imenso que fazer outra vez – já estou um bocadito farta de não fazer nada...

A garçonnière está quase pronta e vai ficar ficar acabada no próximo fim-de-semana, já comprei os móveis e só falta pintá-los. Ando a negociar um frigorífico e um ar-condicionado e já mandei os tecidos das almofadas e cortinas para a costureira.

Estamos a tornar-nos uns ases no import/export, tanto para Parnaíba (ostras e caranguejo) como para o outro lado do mundo (não conto agora para não agoirar, mas, graças ao meu querido e adorado sogrinho, novas perspectivas se rasgam no horizonte! Só digo que, se isto der certo – e tudo indica que vai dar! – vamos construir “o” barco mais muito depressa do que pensámos.)

Começou a época alta aqui no Nordeste, Parnaíba está infestada de forasteiros e os meus amigos do ramo do turismo não param de me chatear para vender pacotes aqui para a fazenda. Parece que qualquer estrangeiro fica fascinado com a ideia de visitar uma fazenda de camarão... Além de isso se traduzir num rendimento extra, ainda vou praticar o meu inglês, francês e espanhol, e quem sabe aprender italiano. Já para não falar que vai ser óptimo ter gente de fora cá em casa. E se começar a dar, fazem-se uns bungalows (decoração artesanal com classe é infalível!) enquanto o diabo esfrega um olho! Espaço é o que não falta: temos 300 hectares...

Pronto! Só falta conseguir meter o raio da internet em casa (não, ainda não tenho, prima), resolver o problema dos cães que brigam um com o outro de meia em meia hora e... tá-se bem!

E tenho outra vez boleia para a cidade de barco todos os dias!

julho 15, 2007

Primeiro dia de obras

Já sabem que adoro obras, ao contrário da maioria dos mortais.

Hoje foi o primeiro dia das obras da garçonnière (pronto, assumo), portanto é o dia em que se parte tudo à marretada. Quando eu era miúda, deixavam-me sempre dar umas marretadas nas paredes para fazer o gosto ao dedo, mas hoje em dia gosto é de mandar fazer.

A poeirada, o entulho, os montes de cimento no meio do chão, canos enormes e fios eléctricos espalhados pelos cantos e os PUM PUM PUM a rebentar com os típanos. Mexer no cimento, fazer as marcações no chão, andar de metro e de máquina de calcular em punho com ar de engenheira... Haverá coisa mai' linda que uma colher de pedreiro?

Para ajudar à festa, o Diogo teve que ficar na fazenda e não pôde vir, por isso só sou eu a mandar (eh eh eh). Claro que já mudei uma data de coisas que tínhamos combinado fazer, mas também já sei que no fim ele vai dar-me razão, as usual. Os homens não vêem as subtilezas, os pormenores práticos, a poesia de inventar um nicho onde só havia uma parede lisa, de fazer a bancada da cozinha exactamente da altura do frigorífico e exactamente centrada com o sítio onde vai ficar a mesa, de pôr os azulejos da casa-de-banho na diagonal para disfarçar as paredes tortas (não tenho um único ângulo recto!).

A Arquitectura está para as mulheres como um Quinta da Bacalhôa para um cozido à portuguesa: nasceram uns para os outros.

julho 10, 2007

Vou ter uma casa nova!

Adoro obras. É mal de família. O meu sobrinho Pedro, quando era pequeno, dizia que quando fosse grande queria ser pedreiro (ainda bem que não seguiu a vocação, ou a minha irmã mais velha tinha um chilique dos grandes!). E o meu pai também dizia que éramos um bando de arquitectos frustrados.

Nós temos um armazém à beira-rio, aqui em Parnaíba, pequeno, mas num sítio lindo. E como passamos a vida a vir à cidade, gastamos fortunas a dormir e a jantar fora. Portanto, decidimos fazer obras no armazém e transformar uma das três salas dele num TO independente para nós. Passei a tarde toda a encomendar azulejos, loiças para a casa-de-banho, tintas, torneiras, portas de veneziana para as janelas e porta da rua, etc, coisa que eu a-d-o-r-o fazer. As obras começam já na sexta-feira e deve estar pronto lá para terça ou quarta. Já me estou a ver de pincel em punho a pintar aquilo tudo!

O chão de cimento queimado vai ficar amarelo torrado, as paredes interiores de branco, as exteriores de azulão, com molduras brancas e portas e janelas amarelas. Bem "alentejano-tropical". Quando estiver pronto, publico as fotografias.