fevereiro 26, 2009

O BCP é brasileiro

Passei os últimos seis meses a tentar decidir o que faço à minha vida bancária. Finalmente (e repito: ao fim de seis meses), parecia que a coisa estava decidida e acordada entre as duas partes. Já sabia que o meu interlocutor era um idiota, mas não tinha reparado que era um fdp que escreve um parágrafo novo no contrato que andamos a discutir de cada vez que eu viro costas. E que depois estranha quando me amando ao ar por causa disso e ainda me diz que sou uma "cliente complicada". E que diz que, coitadinhos, os bancos agora não têm nem metade do lucro que tinham há 6 anos (i.e., em vez de quinhentos milhões agora têm duzentos e cinquenta - coitadinhos). E que as taxas de juro baixaram e que, coitadinhos, não estão a ganhar dinheiro nenhum (só os tais duzentos e cinquenta milhões). E que, coitadinhos, têm imensos créditos mal-parados e que é um esforço enorme. E que, coitadinhos, não podem oferecer as condições que eu quero assim sem mais nem menos.

E que tem a suprema lata (e a ingenuidade) de estar à espera que moi, que apesar de não ser adovogada até sei ler e não sou parva de todo, vá assinar assim nem mais nem menos só porque sua excelência a primeira coisa que mostra é a linha onde teve o descaramento de pôr uma cruz.

Levou uma tampa, obviamente. Agora é a minha vez de os mandar baixar as calcinhas. Detesto bancos e, mais que todos, os cabrões do BCP.
.

28 comentários:

Paulo disse...

Estou com peninha deles.

Diabba disse...

Adovogada?? hihihihi

hummm os advogados sabem ler?? Biba biba, sei ler, sei ler!! nhã nhã nhã nhã nhã (a fazer sinais de pifaro com as mãos em frente do nariz)

enxofre

PKB disse...

Que te posso eu dizer que tu n tenhas dito? =)

(ah... roubei-te o passarinho do twitter... a Passaroca ficou com inveja!)

Beijinhos!

Fatyly disse...

Pois assim é que deve ser, nunca assinar o que nos dão sem ler primeiro, porque andam muitos a vender gato por lebre.

Fatyly disse...

e já agora...muda de banco:)

Teresa disse...

Quanto ao BCP, só te digo que tu e o Vítor poderiam ter uma bela amizade... :)

Maria Feliz disse...

Amôri,

"Me AMANDO ao ar"???

Estás a perder qualidades...

Ah... detesto o BCP!

Beijo

Maria Feliz disse...

Atão? Tiraste a moderação?! Aquilo não era para publicar, pá:-(

Mad disse...

Paulo,
Não tenhas.

Diabba,
Boa falta me fizeste ontem!

PKB,
À vontade.

Fatyly,
Por enquanto não mudo: a tortura ainda não acabou :)

Teresa,
Eu, ele e mais uns 5 milhões...

Maria,
Foi propositado, obviamente :) Talvez devesse ter posto um itálico. Vou pôr para não haver dúvidas.

Marta disse...

Posso subscrever este post?
Eu ponho o itálico lá em casa!

Mad disse...

Marta,
LOL! Bora fazer uma petição?

Alexandra disse...

Olha, estão todos no mesmo barco.

Uma "tipazinha" do Totta teve o descaramento de pôr a minha mãe a assinar um contrato, como avalista, sem ler, com a desculpa que estava a ensinar como se assinava e rubricava. Para eu depois saber onde assinar! Mais, sabendo que sou advogada. A minha mãe, coitada, que nestas coisas é uma desorientada, a assinar, pensando que me estaria a ajudar.

Levou com uma queixa por escrito. A tipa, não a minha mãe. Esta levou apenas uma repreensão. :-)

Mas é chocante, a lata desta gente só para ganhar a comissão. No caminho ainda teve a iluminação de me dizer que um aval é o mesmo que uma fiança, que ia dar ao mesmo.

Alexandra disse...

P.S.- Estou há cinco minutos deliciada a alimentar os teus peixes.

Espero que não rebentem!

João Paulo Cardoso disse...

Eu bancos, prefiro os de jardim, onde se empresta descanso sem pedir nada em troca.

Estou velho, é o que é...

Beijos e bom fim desemana.

João Paulo Cardoso disse...

Eu bancos, prefiro os de jardim, onde se empresta descanso sem pedir nada em troca.

Estou velho, é o que é...

Beijos e bom fim desemana.

Anónimo disse...

bancos? que e isso?
a malta deve pensar que e facil trabalhar num... o pobre desgracado que esta a trabalhar so faz o que mandam, ouve as broncas dos clientes porque ou faz o que mandam ou olho da rua e o de cima, o que manda, reforma-se antecipadamente com uma modesta reforma de 650mil libras / ano.
Beijos
(ha que defender a classe, se bem que nao perceba nada de banca de retalho)

Mad disse...

Melões,
Que o de cima o mandasse enfiar no meu contrato uma cláusula que contradizia totalmente outra que eu pedi para retirar - que eles concordaram em retirar - e que ele tivesse que o fazer, até percebo. Mas tinha três hipóteses: uma era avisar-me, a segunda dizer-me que não, a terceira era tentar que a coisa passasse. Ele escolheu a última. Faz-me lembrar aqueles tipos que vendem colchões de 500 contos a reformados e que dizem que "eu cá não enganei ninguém, as pessoas compram porque querem"...

Costumas fazer isso? Não acredito. E não foi só para cumprir ordens, dessa tb não me convences. Foi, como diz a Alexandra e muito bem, para receber uma comissão choruda de um produto financeiro que NÃO me vendeu.

Mad disse...

* que eu pedi para incluir (em vez de retirar).

Anónimo disse...

nao faco, mas realmente nao estou muito interessado nas consequencias. Agora que ha muita gente com a corda ao pescoco, la isso ha.
os meninos que mandam, os de la de cima, olham so a objectivos sem se preocuparem com as necessidades dos clientes... e sao eles que fivcam com as comissoes, mesmo que mandem o banco ao charco.
se quiseres dou-te exemplos muito concretos, como um banco de ca que apresentou 24 bilioes de libras de prejuizos, despede o CEO com 5 milhoes de libras mais uma pensao anual vitalicia de 650 mil libras...
E no fim ja despeditram 10.000 pessoas e la vao mais 20.000.
Banca nao e o melhor sector para se estar neste momento.
So acho criminoso que quem vive bem e faz merda saia ainda melhor e o pobre desgracado que da a cara e que leva no pelo.
Beijos

Mad disse...

Excuse me, mas este pobre desgraçado pode sempre arranjar outro emprego, se não fôr esquisitinho, não fizer questão de ir de cu tremido para o emprego e gastar metade do ordenado em fatos e gravatas. Se fôr trabalhar para um café ou para as obras (e tem bom corpo para isso), provavelmente ganha o mesmo e não precisa de passar vergonhas. Mas estes putos de subúrbio acham que o que é chique é trabalhar de fatinho e ir de carrinho para o emprego, mesmo que gastem 50% do ordenado em fatinhos da maconde, carros zero, telemóveis topo de gama e televisões de 3 metros de largura.

Como dizia não sei quem, se as pessoas se focassem no que é realmente importante havia uma escassez generalizada de canas de pesca.

Alexandra disse...

"se as pessoas se focassem no que é realmente importante havia uma escassez generalizada de canas de pesca."

Ora aí está.

E o que não suporto mesmo é este choraminganço dos coitadinhos. Desculpe lá, Sr. Melão, mas é assim mesmo.


No meu caso, deixei, muito recentemente, por minha iniciativa, um trabalho "de topo e chefia", com salário chorudo garantido todos os meses. Para abraçar um projecto que nada tem a ver com a minha àrea e também voltar a ser advogatida doméstica.

Tenho a dizer que perco noites de sono a pensar no dia de amanhã, uns dizem que vou ser rica, outros que vou para a miséria, mas o mais importante é que tem dado um gozo imenso substituir o dra. por sra.

Perdi o escritório amplo, a vista, as mordomias e o "titulo social" (hoje em dia a profissão/emprego é muito um titulo social).

Conversa de coitadinho é que não. Se não gosta, tome uma atitude, mude, faça por si, seja empreendedor. Ou então confesse que é isso mesmo que quer fazer e assuma-o.

Sorry, Mad. Andamos numa época de "polémicas"... :-)

Mad disse...

Alexandra,

Calma que o Melões é um querido e, pelo que lhe leio nas entrelinhas, está a ver o desemprego perto demais da baínha das calças. Eu generalizei, ele generalizou ao contrário :)

Não é fácil tomar uma decisão destas. Tu tumaste-a, eu tomei-a, mas no meu caso foi fácil: eu não tinha filhos nem prestações. Só arrisquei chegar cá de mãos a abanar e ter de ir trabalhar outra vez.

Hoje, se me dessem a escolher entre trabalhar 9 horas por dia num escritório em Lisboa no meio de papéis e chefes prepotentes e ganhar 1000 euros ou ir lavar piscinas perto de casa a ganhar metade, eu nem pensava duas vezes. Mas, lá está, eu posso.

Beijos.

Mad disse...

* tOmaste-a, caraças.

Alexandra disse...

Oh Mad, sim. Entretanto, espreitei o blogue dele e achei o mesmo.

Pronto, já estou com remorsos...

Sr. Melões, desculpe! Tomei o seu comentário pelo todo e não apenas pela parte.

Isto devem ser saudades do Fehr (Fairy)!

Mad disse...

LOL! Qualquer dia conto aqui a minha aventura por terras de Vera Cruz. Em capítulos.
Beijos aos dois, até amanhã.

Alexandra disse...

Isso é que era! Curiosamente a minha aventura também envolve as terras de Vera Cruz, mas fico-me por algumas visitas por ano. :-)

Alexandra disse...

Bom fim-de-semana!

Anónimo disse...

Carissimas Alexandra e Mad,

Ainda bem que temos opinioes diferentes. Se pensassemos todos da mesma forma, isto era mesmo uma chatisse. O que interessa e que cada um saiba defender o seu ponto de vista. e e preciso muito mais para me ofender e me chatear, olha logo com quem...

Eu tenho a sorte de nao ter de baixar as calcinhas a ninguem. Nao tenho dividas nem dependentes, nao tenho de fazer favores a ninguem nem fretes. Se tivesse, principalmente se tivesse dependentes, as coisas piariam doutra forma, assim sendo, sou conhecido no estamine como irreverente e nao me calo quando nao gosto. Nunca me calei!

No entanto Mad, acho que arranjar emprego nao esta facil, se bem que nao suporto recem licenciado armado em fino, ou gerente de conta a ganhar uns miseros tostoes que acha que tem a faca e o queijo na mao.

Todos os meus colegas e amigos com quem trabalhei em Portugal e Espanha foram para o olho da rua e isso nao e facil de ver. Ja vi 10 mil a ir para a rua aqui em Londres e outros 20 mil se seguirao (ainda estou para descobrir como e que ainda estou aqui que nunca lambi as botas de ninguem)

Na verdade ando um bocado frustrado com isto tudo, custa-me ver muita gente a ser usada como bode espiatorio de uma crise que nao causou. Todas as manhas os anormais a porta e todos os dias a ver alguem sair pela porta sem pre-aviso.

E tudo por causa desses que falas tu (so que nao gastam 50% do ordenado mas 150%) e que infelizmente sao a maioria da gentinha provinciana que vive no meu pais (e nos outros todos).

beijos