... telefónica com a Diabba ontem (que me telefonou a tentar ajudar, tão querida!, apesar de nunca me ter visto mais gorda, e que perdeu a Maria há tão pouco tempo), falámos do tempo de vida dos animais em relação a nós, humanos. Ela dizia-me que eles deviam ter o mesmo tempo de vida que nós, mas eu disse-lhe que não, que tinha de ser assim, que tínhamos de ser nós a tomar conta deles e a sofrer por eles, porque que eles morrem de desgosto quando desaparecemos. E nós não, nós aguentamos - mal, mas aguentamos.
Contei-lhe a história do Paço IV*, o último pastor alemão que tivemos em vida do meu Pai e que esteve um mês inteirinho enfiado debaixo da sua cama, no seu último mês de vida. O Paço não comeu rigorosamente nada e só bebeu água nesse mês, e morreu acho que passados quinze dias, no máximo (isto passou-se há vinte anos), apesar de ter no máximo dez anos e ser basicamente saudável, e de ainda nos ter a nós (éramos cinco filhos) e à minha Mãe. Mas o dono dele era o meu Pai, e ele achou que a vida dele, tal como a conhecia, tinha acabado.
Os cães são assim. É por isso que os adoro. Falar de fidelidade em relação a um cão é uma redundância - das mais redundantes.
* Os cães cá de casa, no tempo do meu Pai, sempre tiveram o nome da casa, daí o I, II, III, etc.
2 comentários:
O caniche lá de casa também segue o meu pai para todo o lado, até parece que há um fio invisível que os liga.
Tanto que, quando passo entre os dois, levanto a perna pelo sim pelo não.
Beijos.
Ai Valha-me Nossa Senhora, que não vou conseguir trabalhar...
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