Depois de uma viagem que dava uma novela - em que viajámos separados, qual família real - chegámos para ficar. Estamos provisoriamente instalados com a minha irmã, emquanto a parte da casa onde vamos ficar está em acabamentos. Nos últimos dias temos estado a ambientar-nos, a arrumar coisas, a abrir malas e a tentar fazer com que os quatro cães (a minha irmã tem mais uma cadela para ajudar à festa) não se matem uns aos outros.
Já agora, aproveito o ensejo que se me oferece (adoro esta expressão) para agradecer a todos os emails, SMS e telefonemas de boas-vindas a que eu não respondi. Prometo que falo com toda a gente quando tiver tempo.
A minha viagem até correu bem, à excepção de que quase não embarquei por faltar um papel qualquer que ninguém - nem a TAP, nem o Consulado, nem a D. G. de Veterinária - teve o obséquio de me informar que era preciso. Lá resolvi, à tuga, ou seja, com um grande teatro. Uma hora de barco, sete horas de carro, quatro no aeroporto de Fortaleza, sete de avião, mais duas no aeroporto de Lisboa e, finalmente, meia de carro até poder soltar os canitos já em casa. Resumindo, 24 horas de viagem seguidas.
A odisseia do Diogo foi muito pior. Eu viajei com o Xuruca e a Maria (os mais civilizados), ele com o Batata e o gato Vasco (os selvagens). Na primeira paragem para água, xixis e afins, o gato fugiu, perto de um hospital a 300km de casa... Lá andou o desgraçado do Diogo por montes e vales à procura dele, enquanto o motorista tremia que nem varas verdes com o Batata pela trela, ameaçado de tortura e assassínio se o deixasse fugir. Depois de mais uma hora, o Diogo deixou uma recompensa principesca ao vigia do hospital, que prometeu procurar o selvagem, mas não teve outro remédio senão seguir viagem, cheio de remorsos e atrasadíssimo.
Nova fita no aeroporto. Quem é que consegue enfiar um rottweiler de 60 kilos a bem dentro de uma caixa com menos de um metro quadrado? Ui... Lá conseguiu, depois de sedado.
Como se não bastasse, enquanto estava na fila do check-in, com o cão dentro da caixa, aparece-lhe um canito pequeno à solta a ladrar que nem um doido, de volta das malas dele e da loira que estava à frente dele na fila. Atrás dele apareceu um tipo mal encarado, que se identificou como polícia federal e que o mandou, a ele e à loira, abrir as malas. Claro que a loira por essa altura já estava encarnada que nem um tomate e a tremer que nem varas verdes e o Diogo, pelo contrário, furioso com mais um pepino para resolver e cheiinho de vontade de bater na loira, no polícia e no canito. Para resumir a história, a bifa foi presa por ter cocaína dentro do forro da mala, mas o desgraçado do Diogo não se safou de abrir as malas todas. Por essa altura, como podem imaginar, já estava morto de cansaço, furioso e sujo, e não teve sequer tempo para mudar de roupa antes de entrar no avião, pois embarcou à última da hora.
Bom, lá embarcou e chegou a Lisboa. Foi buscar as malas e preparava-se para ir buscar o cão. Depois de mais de uma hora à espera, apareceu-lhe uma funcionária a perguntar se ele era o dono do rottweiler que tinha chegado do Brasil. A caixa do cão tinha caído de cima da passadeira, tinha-se partido e o Batata andava há pelo menos uma hora a passear pela pista, no meio dos aviões, na maior (completamente pedrado) e com uma data de gente morta de medo a olhar para ele de longe!
Enfim, acho que nem Ulisses teve uma viagem tão atribulada. Portanto, se alguma vez eu disser que levo os cães de avião para algum lado, batam-me. Com força.
11 comentários:
LOL
"Ligo-te daqui a 10 minutos"... Na semana passada, lembra?
Como boa menina continuo à espera do teu telefonema:-)
oh ceus, isto mal da para acreditar! Que viagem de doidos, de facto!
Desejo-te mtas felicidades e energia para os proximos tempos.
Que odisseia!
Mas bem-vinda à Europa, at last!
E o Vasco???????????!!!!!!!!!
Beijoca gorda.
Acompanho o seu blog há algum tempo e acho muito interessante. Bem vinda a Portugal e boa sorte para a sua vida futura.
Graça
FL,
Ligo-te no fds. Bjs.
Cris e Carlota,
Obrigada pelos votos. Bjs.
Teresa,
Tinhas de ser tu a perguntar! O tal vigia não descansou enquanto não o encontrou (money talks...) e já o mandámos buscar de táxi, imagine-se. Já está de volta ao aconchego do colo da Paizinha, de onde, provavelmente, não sairá. Temos que combinar o tal jantar. Bjs.
Graça,
Obrigada e volte sempre.
bem, só tu para as Odisseias!!!!
Acredita que me fartei de rir!!!
´Recebeste as fotos? Que tal? estamos ou não estamos lindas!!!???
Liga a dizer qq coisa do almoço
beijinhos
Bem-vinda! Esse regresso dava um romance ;-)
Ok continuo à espera que fales cmg!! Pronto não te enviei mail nem sms a desejar boas vindas e tal, mas sabes que eu não sou dessas lamechices!
Mas quero o agradecimento na mesma, boa?? hihihihihihi
beijo d'enxofre
Grande aventura hein?? Afinal o Vitor ficou com a Maria da Paz?
Filos,
Ainda é cedo para confirmar.
Bjs.
Leonor,
Um romance? Isto dava era uma novela mexicana!
Bjs.
Méfis,
Ainda não tive tempo para pensar na linha, mas qq dia ligo-te para me dares "aquele" número de telefone. E quem é o Vítor??
Opsss... o nome do raio do bichano é Vasco.... hihihihihi mas se calhar a Maria da Paz tb merecia um Vitor, alto e espadaúdo. hehehehe
enxofre
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