Fanado ao Luís. Mas, ao contrário dele, prefiro estar certa pelo menos duas vezes por dia a não estar certa nunca. É que, sabem, para mim não há mais ou menos certo ou mais ou menos errado: ou se está um ou outro.
Juro que tenho mais que fazer.
Mas arranja-se sempre um tempinho para pensar na vida. Nem que seja para fugir dela a sete pés.
março 04, 2012
«Um relógio parado está certo duas vezes por dia;
fevereiro 28, 2012
fevereiro 21, 2012
fevereiro 14, 2012
Cores
Rodeada de mil tons de verde, outros tantos de azul.
Com duas telas em branco à frente, uma maior, outra mais pequena, tenho vontade de reproduzir fielmente esta palette natural. Sei que não serei capaz, por isso aquieto-me e só bebo, além de um whisky com gelo, toda a riqueza cromática que me cerca.
O fim de tarde afogueia os tons. Os laranjas e malvas do céu asseguram-me que amanhã estará um dia tão glorioso como hoje, o azul petróleo da água reflecte o roxo das poucas nuvens e semeia-se de estrelas precoces, causadas pelos últimos raios de sol. Ao mesmo tempo, as sombras das plumas, embaladas pela brisa, dançam compridas no chão de pedra do terreiro, fazendo com que os tons de terra se escureçam à vez.
A minha camisola encarnada faz-me sentir uma forasteira. Nada à minha volta tem esta cor, a não ser no verão. Não há cores puras nesta altura do ano, tudo é matizado. Até a urze é branca e lilás. À excepção dos frutos do limoeiro mais fértil que conheço, plantado atrás da casa, que, para não me estragar a estatística, teimo em classificar como verdes. Não são, são escandalosamente amarelos.
Avalon
Sem net. Sem televisão. Sem telefone. Só nós e esta natureza imensa que demora a sair das brumas de manhã, qual Avalon.
dezembro 04, 2011
Caos inaceitável
Há pessoas que acham que por mais que façamos, fizemos sempre pouco, mal e fora de tempo. Que criticam tudo e todos e a toda a hora. Que são incapazes de nos apontar uma única qualidade, mas não se cansam de nos enumerar todos os nossos defeitos. Que acham que, como tudo na sua vida foi 'by-the-book' desde o dia em que nasceram, acham que a nossa, por ser diferente, é um caos inaceitável. Que, como estabeleceram objectivos de vida curtos e obtusos e os atingiram (claro), acham que o resto dos mortais não pode, e não deve, querer voar mais alto, ou mudar de ideias e de objectivos a meio do caminho. Que, como a sua casa, a sua roda de amigos, o seu peso, o seu cabelo, o seu carro, os seus filhos e até o seu cão são perfeitos, acham que os outros não podem ter outros gostos. Que, como acham que os outros estão em baixo, não acham nada melhor do que transformar isso numa nova missão, mas da maneira errada: criticando constantemente e dando ordens, cobrando sempre a ajuda que dão e dando aquilo que querem, nunca aquilo que lhes é pedido. Pior, não percebendo, por que ‘se esquecem’ de que já tiveram momentos menos bons, a ajuda que lhes foi dada nesses momentos. Ao mesmo tempo fazem acusações exactamente do contrário, quando aquilo que lhes demos foi exactamente aquilo de que mais precisaram, e toda a gente o percebeu menos eles. Ainda bem que sou como sou, este caos inaceitável.
Cortar o tempo
«Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para diante,
vai ser diferente.»
(Carlos Drummond de Andrade)
novembro 20, 2011
Uma semana?
São nove dias e oito noites, porra. Vá, com aviões saltam dois dias mas ficam as oito noites. E eu que só peço uma tarde. Sou tão Heidi às vezes.
novembro 19, 2011
Duas coisas que eu gostei tanto de ouvir hoje (not)
Apesar de serem do tipo de coisas que merecem ser passadas ao bronze na parede da minha sala, não estão à espera que eu as repita, pois não?…