agosto 23, 2007

A minha terapia




(fotografias por moi)
Estou a chegar ao porto. Vim de barco pelo rio, numa viagem que durou seis horas. Sempre que isso acontece, reconcilio-me com Deus e com o mundo. E principalmente com o Brasil.

Este é o país que eu gosto, que ainda me consegue encantar. Ao fim de pouco tempo deixo de ouvir o ronronar do motor do barco, e então é só a mansidão das águas escuras do rio, o verde impenetrável das margens, interrompido de vez em quando pelo dourado das dunas, a quietude do vento ao cair da tarde, o vôo rasante das garças e dos coloridíssimos guarás, o pôr-do-sol cor-de-rosa e o balanço preguiçoso da rede onde dormi quase duas horas, embalada por um reggae brasileiro surpreendemente bom.

O país natural, intocado por mãos humanas, virgem de barulho, lixo e escapes, povoado apenas por bichos e alguns (poucos) pescadores, que voltam a casa com o magro resultado da pescaria. Agradecidos pela boleia que lhes damos, esticam uma corda do nosso barco até à sua canoa. Mais à frente há mais duas e a cerimónia repete-se. O nosso barco parece uma pata com os patinhos a reboque.

Este Brasil ainda não é brasileiro. É índio e lindo.


7 comentários:

ana v. disse...

Ai esse francês... problema de geração, eu sei.
Touchée (e não - touché).
Pour moi (e não - por moi)

E agora o mais importante: achas que alguém tem pena de ti, com essas terapias de luxo??
Deixa de ser Calimero e aproveita o paraíso. Porque isso é um paraíso mesmo. E quando te apetece civilização, até já tens um flat na cidade! Com sushi e tudo!!
Que se lixe o cafezinho nas Amoreiras. Tás a brincar c'os pobrezinhos????

Maria Feliz disse...

Não podia concordar mais... com a mana;)

Queres festinhas? Anda cá que eu dou!!! Pindérica lamurienta:)

Definitivamente, este texto devia chama-se "Ai, o que eu gosto de gozar com os pobrezinhos!"

Beijos

Mad disse...

Mana velha, quanto ao francês, 1) "touché" em si e é uma expressão da esgrima que não tem que condizer necessariamente com o sujeito (segundo a minha professora Jeanine, do Colégio do Ramalhão, que me ensinou a falar francês com queijos e Brel; 2) e "por" não é francês, é tuga, é como dizer "pela je".

Quanto ao resto, QUEREM TROCAR? é QUE É JÁ!!!

Mad disse...

Italiano, nem discuto! Quanto ao francês, não vem que não tem!

Anónimo disse...

Não me importava nada de ter esse tipo de terapia, nada mesmo.

Mad disse...

Bem-vinda, Marta, a blog plantado bem no meio do atlântico, e obrigada pela visita.

ana v. disse...

Ah, bom, assim tá bem. É que não sabia que tavas na esgrima, pensava que era no Brasil.
Tss, tss, sou tão distraída...

Com Brel e queijos aprende-se bem qualquer língua, até a de vaca!

PS: o tá e o tavas, antes que te dê para as correcções, também são tuga puro. Cibertuga, mais exactamente.

beijos