julho 13, 2007

Sexta-feira 13


Eu não acredito em bruxas, mas que las hay, las hay!

Quem já veio ao Nordeste do Brasil, conhece uma instituição muito necessária chamada "mototáxis". Ora, numa viagem de mototáxi que fiz hoje, muito prosaicamente à procura da retrete ideal (juro!), viagem que durou no máximo 15 minutos, tive, nada mais, nada menos, três - três! - ameaças de desastre.

O primeiro ia sendo causado por um energúmeno (para dizer pouco), também de mota, que devia ir a pensar na morte da bezerra e que, não fossem os gritos do meu motorista e os meus palavrões (não faço por menos...), tinha batido mesmo de frente em nós. Parecia uma cena de Manoel de Oliveira: tudo a passar-se muito devagarinho e eu a ver a minha vidinha a andar para trás. Ufa!

O segundo foi uma cena corriqueira cá, por incrível que pareça: sai uma bola disparada de uma porta e duas crianças mínimas a correr atrás dela. Travões a fundo, cabeçada no capacete da frente, mais gritos e mais palavrões ainda e eu já quase a sair da moto para pregar um bom par de chapadas nas crianças e na mãe dela, paulatinamente sentada à soleira da (mesma) porta, com olhar bovino e reacção a condizer - Ôôôôôooo, tão danadinhos... - Se fossem meus, moía-os de pancada para aprenderem de vez a não sair a correr para a rua, interditava a mãe e punha uma cancela na porta.

Diz-se que não há duas sem três, mas, felizmente, não foi o caso. Já por essa altura eu rezava a todos os santinhos conhecidos e nem por isso para chegar inteira ao meu destino, quando uma estudante de bicicleta, obviamente acéfala e com problemas sérios de acne, decide virar de repente à esquerda num cruzamento e vir direita a nós, sem nos ver - Olhar? Num cruzamento? Para quê? -, enquanto ria a bandeiras despregadas das parvoíces que o namorado dizia. Desta vez não houve gritos - já tinha chegado à triste conclusão que o meu anjo da guarda tira folga às sextas-feiras 13 - mas desci da mota e, se não fosse o namorado ser grande, garanto que lhe fazia ali mesmo uma esfoliação no alcatrão que ela nunca mais tinha borbulhas na vida!

7 comentários:

ana v. disse...

Fiquei verdadeiramente emocionada com essa tua aventura. Se o Harrison Ford sabe, aproveita já para mais um filme: Indiana Jones, "Em busca da retrete perdida".
Tás a ficar perigosamente agressiva: pronta a matar e esfolar (e esfoliar) qualquer brasileiro distraído que se atravesse no caminho.
Cunhadinho, please, não deixa a moça matar ninguém, não?

m'ana

Maria Feliz disse...

Ai, minha Crazy Mad...

Tu estás imparável! O que eu me gargalho (isto existe?) com as tuas peripécias.

Continua, PLEASE!!

Beijos

Unknown disse...

deliciosa esta aventura e tu, como sempre, com um grande sentido de humor e inteligencia .venho cá sempre , ler os teus escritos,como se de um livro se tratasse, que se le as escapadinhas...
bjos

João Paulo Cardoso disse...

Não entendo...
Agora toda a gente tem sites humorísticos...

Mas lida e relida a tua aventura, constato que nada de mal aconteceu!!
Afinal o teu anjo da guarda não folga às sextas-feiras, 13!

Beijos.

Mad disse...

O cunhadinho é pior que eu...
Flô, tu não te engasgues, filha!
JP, o único anjo da guarda que estava presente era o da menina das borbulhas...

Vitória disse...

Hum...não é anedota,é real a azelhice de "alguns" locais nas estradas ,a pé ou de carro.Vivo no interior de São Paulo e como "eles" se metem de tds os lados e fazem coisas que ñ lembra a um bêbado aqui conduzo a 30/km por hora.:)

Mad disse...

Tecla, bem-vinda a a esta tasca. Já dei um pulinho (rápido) à sua.