Hoje estou muito bem-disposta, coisa que raramente tem acontecido nos últimos tempos. E apetece-me tentar “pegar” isto a quem me ler. Como já escrevi há uns posts atrás, sou de opinião que ninguém é feliz sempre, mas que se pode ir sendo feliz, presenteando-nos com alguns mimos de vez em quando.
Por exemplo, não fazer nada é uma arte que pode ser muito agradável. Eça de Queirós sabia o que dizia quando escreveu que “o ócio é a mais absorvente de todas as tarefas”. E se não nos apetecer não fazer nada, pode-se sempre namorar, passear descalça, jantar com os amigos, ler bons livros, ouvir boa música, dormir a sesta numa rede, descobrir os prazeres da culinária, dar banho aos cães e acabar mais encharcada que eles, irritar o gato até ficar com umas cicatrizes que provam que isso não é uma coisa propriamente muito sensata para se fazer, enfiar as unhas na terra do jardim, escrever, alimentar o blog com parvoíces e verificar que até há gente que lê, etc.
Se nada disto der resultado, o melhor é aprender a aceitarmo-nos como somos, até porque não há nada a fazer, explorando o melhor que temos e “disfarçando” o pior. Todos temos defeitos, todos fazemos birras, mas, acima de tudo, todos temos coisas boas, únicas e originais.
Fazer e dizer o que nos apetece, mesmo que isso pareça um disparate, é outro luxo incrivelmente saudável. E então quando a nossa cara-metade coopera e ainda por cima acha graça, é divino.
Finalmente, acreditar firmemente que as pessoas pertencem a duas categorias: os bons e os maus. E que, obviamente, fazemos parte do primeiro grupo, o que nos dá o direito inato e indiscutível de ser felizes, já para não falar do bónus de poder fazer algumas maldades aos maus. O objectivo a atingir é acreditar que tudo é permitido e nada é impossível.
Se mesmo assim, nada disto der resultado, experimentem umas caipirinhas. À terceira é certinho.
5 comentários:
Gaja boa,
Parece que os estados de felicidade se pegam... mesmo à distância:-)
Gostei especialmente deste bocadinho: "E então quando a nossa cara-metade coopera e ainda por cima acha graça, é divino."
Beijos aos bons;-)
E se, para além de "blogares" também "escrevesses mesmo"? Tás fantástica, prima!
Vá lá, quero mais livros escritos pela família!
E também adorei a sugestão das caipirihas!
Beijo grande
Rosa
Fico contente que estejas feliz, miúda. Assim tá bem. Bolas, já chegava de cascar no Brasil (quanto mais eu gosto dessa terra, mais tu dizes mal).
Gosto é de saber que o cunhadinho cabra macho continua a achar graça aos teus disparates. Bom sinal! Beijo para ele.
Só já não acredito é num mundo dividido em bons e maus, e menos ainda que pertença ao grupo dos primeiros. Todos somos bons E maus, tem dias. Mas, enfim, eu tenho mais alguns anos e menos algumas certezas do que tu. Deve ser isso, vai-se a ver e afinal é tudo dor de cotovelo...
bjs
m'ana
Fofa,
Desculpa comentar outra vez... mas já sabes o que a casa gasta! E esta frase está fenomenal e encaixa tão bem aqui:
No fundo, no fundo, todo mundo é bom. Difícil é segurar os canalhas no fundo da piscina!
Frangonildo Barbosa (brasuca! Só podia, né?)
Beijos
Prima Rosa, in your dreams! Pra excritora já chega uma.
M'ana, o cunhadinho manda outro.
Flor, aqui a gente enterra-os no mangue...
Bjs.
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