junho 11, 2007

À beira de um ataque de nervos

Estou naqueles dias. Não, não é TPM. É neura, mesmo. E da furiosa. Se fosse TPM, tomava uma aspirina e pronto. Estou à beira de um ataque de nervos. Aliás, de fúria, pois, como diz alguém que eu conheço “as bimbas têm ataques de nervos; as pessoas de bem têm fúrias”. Mas eu sempre tive tendência prá chinela... ou para as havaianas.

Cheguei da cidade, onde fui muito prosaicamente configurar o novo laptop. Foram precisos quase 200 quilómetros, duas longas e dolorosas viagens com um motorista com cara de assassino e olhos raiados de sangue (ou de cachaça...), pois como se explica que guie a uns vertiginosos 90 km/hora um autocarro do tempo da guerra, a rebentar pelas costuras de povo, malcheiroso e para cúmulo com o rádio fanhoso aos gritos, numa estrada que no tempo da maria cachucha deve ter sido de alcatrão e que agora é de terra batida, de cinco metros de largura e que de estrada só tem o nome? É o que dá viver no mato.

Cada vez tenho menos paciência. E ainda por cima acabadinha de chegar de Lisboa, habituada a Audis, ar-condicionado, auto-estradas de três faixas, lixo reciclado, gente bem vestida a cheirar a Chanel 5, salmão fumado com limão, Bimbys, “a menina quer umas uvinhas descascadas?, talvez um strudel, eu faço-lhe num instantinho!” e outros mimos do género.

Como, pergunto eu, me vou habituar outra vez a conviver com energúmenos, feios, porcos, burros como portas onduladas, atrasados mentais, bestas quadradas, analfabetos, incompetentes, ranhosos e brutos, que respondem “oi?, hã?, oi?” a tudo quanto se pergunta, parece que não falamos a mesma língua... ou seja, 98% das pessoas que me rodeiam? Juro que às vezes penso que fui apanhada nas curvas perversas de alguma anedota celestial e que alguém lá cima se contorce de dores de estômago a rir às minhas custas! Parece Fellini.

Outros dias virão. Melhores – não será com certeza difícil. Alguém conhece um remédio para ficar temporariamente cega e surda ao que não se quer ver? Sem ser Prozac (não gosto de químicos) e álcool, que dá uma ressaca desgraçada.

2 comentários:

Maria Feliz disse...

Miga:
Lembras-te dos comprimidos que dei ao Cachucho para fazer uma daquelas viagens supimpa?! Valdispert. Queres que te mande?Duvido que aí cheguem, mas sobretudo, duvido que façam algum efeito nessa fúria...
Vai até Jeri. Eu também ía...
Olha, já sei: junta a tua fúria à minha. Embora a minha, seja mais "ataque de nervos" que eu sou mais bimba que pessoa de bem.
Tu estás rodeada dessas coisas todas, mas capacita-te que aqui não está melhor. O único conforto que tenho é que estou no meu país... e olha que nem toda a gente cheira a Chanel 5!!! E os condutores de Audis... ui, ui, esquece lá isso (sem ofensa para quem potencialmente conduz um Audi e é bom rapaz).

Beijos grandes

Tati disse...

desculpe a intromissão, vim do blog do capitão-mor. Não posso te recomendar remédio nenhum para tamanha infelicidade, mas como brasileira que sou, posso te dar apenas um conselho: volte para Portugal.... Se aqui lhe faltam Audis, salmões e mimos, além de gente bonita (!!!), imagino que de Cumbuica saiam vôos diários....
Não se preocupe, jamais voltarei a seu blog...
Melhoras....