abril 25, 2009

Onde estava eu no 25?


É a pergunta que circula por toda a net. Tinha 8 anos e estava na quarta classe, na mesma Parvónia onde vivo hoje. Fui a pé para a escola, como ia todos os dias, mas foram buscar-me a meio da manhã. Não me lembro de coisa nenhuma a não ser que tive de ficar fechada em casa a brincar com o meu irmão mais novo, e nem ao pátio nos deixaram ir. Estava toda a gente em casa nesse dia, o que só por si era estranho num dia de semana. 

Não me lembro da conquista da liberdade. Já cresci com ela, graças a deus.

Podemos divorciar-nos. Sair do país sem dar cavaco a ninguém. Reunirmo-nos em grupos de mais de duas pessoas sem que nos mandem dispersar. Dizer mal do governo (apesar de com este ser preciso ter algum cuidado...). Ler e escrever o que quisermos. Ser juízas, políticas ou diplomatas. Ter direitos iguais sobre os nossos filhos. Votar. Trabalhar sem depender de autorização do chefe de família.

Ainda bem que não me lembro da vida como era antes.
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4 comentários:

Teresa disse...

Grande post, mula.

Mesmo sendo seis anos mais velha, para mim era e foi igual.

Mas nem tudo foram rosas. Lembro-me de, em 1975, o meu Pai me mandar comprar o Jornal Novo e me recomendar que o dobrasse.

Teresa disse...

P.S. Isto passava-se nas férias de Verão em S. Martinho. Eu dobrava o jornal para não se ver o cabeçalho. Naquela altura toda a gente parecia ser de esquerda agressiva.

Fatyly disse...

Ainda bem:)

Alexandra disse...

É uma realidade que também não consigo imaginar. Viver fora desta liberdade.

Muito me arrepiam as declarações que ouvimos aqui e ali que no tempo do outro senhor é que era bom.

Beijinhos e obrigada pela estampa! ;-)