dezembro 08, 2008

Words don't come easily

É só um cão, diz alguém. Não, não é só um cão, é o MEU cão. Único, como só ele, como são todos os cães, mas infinitamente mais único que os outros. Este, ao contrário dos que não os meus, pensa. E fala. Com os olhos, e num português mais correcto que muita gente que conheço. Eu, pelo menos, percebo-o lindamente. E ele a mim. E ele a mim.

O outro lado

(...)
A vida é como é e não adianta
fingir que é outra coisa mais amena.
Mas, por detrás da máscara, a gangrena
da dor que não se vê chega a ser tanta
que o mais fácil decerto é ignorar
o outro lado e assim continuar.

Dor

Doem-me os livros que não li
e devia ter lido. São expostas
chagas que nunca hão-de sarar.
Assim também os filmes que não vi
e devia ter visto. São apostas
que perdi e não vou recuperar.

Mas a dor com mais sentido
é a da vida que não vivi
junto de ti
e devia ter vivido.

(Torquato da Luz)

9 comentários:

Maria Feliz disse...

Amiga,
Quem diz que é só um cão é porque nunca teve verdadeiramente um cão.
Não ligues a tonterias, tu sabes o que ele significa para ti e isso é que interessa.
Por exemplo, eu, que já tive um cão fantástico em tempos, sei que neste momento apenas um cão me entenderia... :-(

Beijo grande e fica bem.

Diabba disse...

Mau, então?

Agora que eu estava quase tentada a ir ao canil ver se alguma me escolhe... não me dês desgostos, sim?

enxofre

Mad disse...

Estou quase a dar, não tenhas dúvida. Entretanto, vai lá aqui

http://arcadenoe.sapo.pt/petsite/marcy_olhos_irresistiveis/34546

e olha que bonita que ela é!

Anónimo disse...

Mad, por mais difícil que seja tens que ter força! A vida é mesmo assim, as perdas fazem parte dela.
Um beijinho grnde amiga do coração

Andre Frazao disse...

O livro "Cão como nós" do Manuel Alegre (líder da oposição) foi escrito na casa onde agora moro. Fica aqui um bocadinho: "Digamos que aquele cão era quase um especialista nas relações com os humanos. Tinha o dom de agradar e de exasperar. Mas assim que eu dizia – Cão bonito – ele não resistia. Deixava-se dominar pela emoção, o que não era vulgar num cão que fazia o possível e o impossível para não o ser"

Unknown disse...

Filos,
Eu sei. Mas dói na mesma.

André,
:) Vou ler.

Mad disse...

O "diogo" sou eu, claro.

Teresa disse...

Que pena tenho de não ter chegado a conhecer o Batata! :(

Anónimo disse...

Mad, o Sr. Dedal está só a compor o ramanhete, ele que te conte como trata os nossos 3 cães (meus e dos Marias, claro!!). Mas é melhor que estejas sentada! ;)
ana