Mas arranja-se sempre um tempinho para pensar na vida. Nem que seja para fugir dela a sete pés.
outubro 10, 2008
Com um oceano pelo meio
Talvez eu devesse ir embora por mais 9 anos. Seria talvez a maneira de me esquecer (outra vez) das guerras, das mágoas, dos choques, das provocações, das ofensas, das cobranças, dos esqueletos guardados nos armários que só estão à espera de uma desculpa para sair. Porque, durante 9 anos, me esqueci completamente disso. Só me lembrava da falta que eles me faziam, do apoio que me davam quando precisei, das saudades que tinha. Só me lembrava que não deve ser possível ter um Natal mais triste que um numa mesa vazia, em que por mais perus com recheio original e travessas abundantes que houvesse na mesa, os lugares estavam vazios. Só me lembrava de telefonemas transatlânticos que me deixavam de rastos. Só me lembrava de crianças a crescer sem eu estar a ver, de vidas a mudar, de tudo o que era bom. E agora não. Agora não.
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5 comentários:
O problema de quem emigra é deixar de ter terra, e parecem a letra da música do António Variações "porque eu só estou bem onde eu não estou".
beijo d'enxofre
Interessante.
Consegues perceber então porque é que a segunda coisa em que penso quando chego a Lisboa é querer voltar para Bruxelas?...
Pois.
Nem sei bem que dizer, só que me senti muito desconfortável. Mesmo percebendo muito bem. Espero que fosse um estado de espírito momentâneo e que hoje já vejas as coisas com outras cores.
Seja como for, estás proibida de ir embora!
Diabba,
Bj.
Carlota,
Pois... MESMO.
Teresa,
Não é um estado de espírito. Ou é, mas é momentâneo. Ou é momentâneo, mas demora a passar. Ou é mais que um estado de espírito, é tb uma preocupação. Isto passa. E, definitivamente, não é isso que me faria sair daqui. Jamé!
Quando é que vens cá jantar?
Madalena...como te percebo!!!!
Mas pensa que queres, queiras queres nao, estas em adaptacao profundissima!
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