agosto 03, 2007

Luxo asiático

Estou aqui sózinha, numa esplanada à beira-rio. São dez da noite, o Diogo não aguentou e foi-se deitar de puro cansaço (levantámo-nos às quatro da manhã). Eu, que costumo ter a primeira crise de sono às sete da tarde, já sei que só vou ter a segunda por volta da uma da manhã.

Por milagre, como alternativa ao habitual forró, estou a ouvir, de um carro estacionado mais à frente, daqueles com colunas de som tão, mas TÃO grandes que vêm num atrelado, uma delícia de umas musiquinhas antigas, tipo Feelings, Massachussets, Have you have seen the rain, 28 degrées à l’ombre (lembram-se?, “je vais et je viens, entre tes reins, je vais et je viens, entre tes reins, et je me retien”), Imagine (aqui perdido no meio...), Love hurts, até Ne me quitte pas, do Brel, eu ouvi à bocadinho, por incrível que pareça!

E sorrio de puro êxtase, porque isto é um luxo. Não ouvir eu quero é tchi amaaaaaaar! aos gritos, é – sublinho – um luxo asiático, a saborear despudoradamente e com os cantos da boca bem virados para cima. Ligo o PC e, instantaneamente, consigo que a esplanada inteirinha se ponha a mirar-me como se eu fosse o ET... – ai, que estranho!, uma muié sóizinha, que não está no engate e que não liga pêva ao que se passa à sua volta...

Mãe do céu!, como é que se explica o fascínio internacional pelas brasileiras?!!! – Elas estão 50 anos à frente das portuguesas em sexo – tentou explicar um tuga de Biana que eu conheci há séculos. – É a única coisa que elas têm, claro que têm que fazer uso dele; é como os chineses com o arroz: que remédio... – respondeu a minha irmã e madrinha ao cubo*, rápida e cortante como só ela sabe ser... e depois sou eu que disparo tiros de caçadeira à mínima provocação da metade acéfala** do planeta!

Ah!, pronto, já voltámos ao a gentchi luta a gentchi briga mais a gentchi si amaaaaaaaaaa, não faço nada sem vocêeeeeee, eu quero mesmo é tchi amaaaaaaaaaaar, eu vô morrê si não tchi viiiiiiiiii, você é queeeeeentchi djimaaaaaaais, e eu (claro!) vou morrêeeeee e parar de escrevêeeeeee e de vivêeeeee..................... se este filho da mãe não se calar imediatamente! Aaaaaaaargh!!!!! Vou-me mas é deitar, antes que me dê a vontade de me atirar ao rio.

FUI! (como diria o Cachucho se ainda cá estivesse).


* madrinha ao cubo, e só por enquanto; já é de baptizado, de casamento e de divórcio, e que remédio tem ela de o vir a ser de todos os filhos que eu tenha.
** quando se fala de gajas...

6 comentários:

Maria Feliz disse...

Tu estás com um piadão de fazer rir urtigas, minha alucinada!!!

ana v. disse...

E de letras, espero. E de alternativa, se te der um dia para tourear os brazucas. E de... enfim, ser madrinha "é cômigo meismo, viu, Gabrieeeeeeela?

beijocas
m'ana

ana v. disse...

ouve lá, eu não lhes chamaria acéfalos... quando falam de gajas até ficam bicéfalos, normalmente!

João Paulo Cardoso disse...

Eu ia comentar este post radiofónico, mas depois a Ana ofendeu-me dizendo que os homens quando falam de gajas ficam bicéfalos.

Eu até mandava a Ana a um sítio, mas depois vi a capa da "TV Guia" com a Sónia Araújo em biquini e esqueci-me do que ia dizer...

Beijos.

ana v. disse...

Não vejo em que é que chamar-vos bicéfalos vos possa ofender, JP!! Aí está uma coisa que nós, mulheres, nunca seremos...

Capitão-Mor disse...

Bom, já não aguento mais este ritmo!!!! :)