Estou fechada no meu mundo, por muito pouco pequeno que ele seja. E estou a ficar sentimental com a idade.
Se vejo um programa de televisão sobre um casal que comemora as bodas de ouro com os filhos e os netos, os meus olhos enchem-se de lágrimas. Sinto a mesma coisa por atletas deficientes que acabam a maratona, bombeiros que salvam criancinhas de incêndios, velhotas das berças que sorriem sem dentes, obesas que perdem 150 quilos, cegos que conseguem diplomar-se e pessoas que dão a volta ao mundo sózinhas em veleiros de dez pés. Notícias de mortes, epidemias, tsunamis, terramotos e outros horrores não me afectam, mas boas notícias transformam-me numa piegas assumida.
Será porque vivo num tédio tremendo?
É uma vergonha. E imoral e humilhante. Imoral porque qualquer pessoa que tivesse tudo o que eu tenho devia ser feliz, e humilhante porque evidentemente não o sou, e a conclusão lógica é que a culpa deve ser minha. Deve ser falta de recursos interiores. Nada que 2 ou 3 filhos não resolvam.
A vida é bela? Talvez, mas nunca a nossa.
1 comentário:
É bela pois! E a nossa às vezes também! Ah, não te disse? Chegou o Verão!!!
Beijos
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